No segundo semestre deste ano, o Comitê da Bacia do Rio Urussanga começou a receber mudas de espécies nativas, como medidas de compensação ambiental, em função da supressão de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção. A primeira remessa dessas mudas foi de palmeira açaí destinada ao Comitê Urussanga por indicação do órgão ambiental IMA.
De acordo com o engenheiro ambiental Rangel Feldhaus, que intermediou o processo, a ação iniciou com a solicitação de ampliação de área de lavoura, em Orleans, por parte de um produtor rural. Devido ao pedido de supressão vegetal de dois hectares ocorreu a necessidade de execução de um inventário florestal. Nele foi constatado a presença de espécies como a palmeira açaí. “Como esta espécie está na lista oficial ameaçada de extinção da fauna brasileira, o IMA solicitou a compensação ambiental com a doação ou o plantio de 10 exemplares para cada indivíduo cortado. E numa condicionante específica o órgão ambiental indicou a doação para o Comitê Urussanga”, explica.
Até o final do mês de dezembro chegarão outras mudas de espécies nativas, destinadas da compensação ambiental da obra da nova Estação de Tratamento de Esgotos de Criciúma, em implantação na Vila Selinger.
As margens das represas e dos rios que formam a bacia do rio Urussanga no município de Cocal do Sul ganham novas cores, arborização e proteção à fauna e flora local. Um projeto de compensação ambiental foi executado recentemente pelo Comitê Bacia do Rio Urussanga, em parceria com o Samae, a Epagri e a Fundação de Meio Ambiente de Cocal do Sul.
O responsável pelo trabalho de campo e extensionista rural da Epagri de Cocal do Sul, Cleytom José Pereira explica que estão sendo utilizadas mudas de palmeira açaí e em um segundo momento serão plantadas outras espécies nativas, como figueiras, grandiuva, ipê amarelo, guaramirim, entre outras. Participam do plantio da palmeira açaí dezesseis produtores que residem às margens de represas e rios. Até o momento foram distribuídas e plantadas 2.500 mudas de palmeira açaí. A equipe aguarda mais mudas de árvores nativas para o plantio e execução total do projeto.
“Como contribuição acontece o reflorestamento das margens das áreas alagadas, reconstituição da fauna e conservação ambiental do município de Cocal do Sul. Esta ação é extremamente necessária para um município que passa por problemas de escassez de água para consumo humano, agricultura, entre outros usos”, pontua o profissional.
Luiz Goulart, morador de Cocal do Sul, foi um dos cidadãos que abraçou a causa. A propriedade rural que pertence ao filho, entre as localidades de Rio Perso e Rio Caeté, aposta no sistema orgânico de frutas e verduras. Eles decidiram acolher 300 mudas de palmeira açaí oriundas deste projeto de compensação ambiental.
“Notei que, no espaço entre as laranjeiras, poderia ser aproveitado plantando algo consorciado e veio à cabeça o açaí. Evidentemente o resultado não será dos maiores, porém estou fazendo a minha parte como contribuinte da natureza até porque sabemos que a cada dia ela está sendo devastada. Temos como lema em nossa propriedade que plantamos no presente acreditando no futuro”, frisa.
Comentários