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Exposição fotográfica virtual revela fases do Rio Urussanga

Ação é resultado de campanha de resgate feita pelo Comitê da Bacia do Rio Urussanga


A relação entre a fotografia e a recuperação ou preservação da memória cultural de um povo é um tema que desperta o desenvolvimento de diversos estudos e pesquisas. A forte ligação de habitantes com os rios é um envolvimento presente em registros fotográficos do século passado na região sul de Santa Catarina. O diretor de Cultura de Urussanga, Névton Bortolotto salienta que os rios trouxeram grandes referências de identidade para os municípios.


“Percebemos no nome de muitas localidades a presença da palavra rio, o que expressa modos de vida e algumas implicações no cuidado ou falta dele com o meio ambiente no qual fazemos parte. Os tipos de uso que faziam das águas no passado tinham significado importante, pois são determinantes na questão de qualidade e sobrevivência desses rios e no potencial que poderá nos trazer de volta. Os rios tem se prestado ao lazer de muitas formas como pescar, para banho, encontros na beira do rio, entre outras. Em alguns casos, enquanto a água era pura e cristalina, as comunidades tinham identidade muito mais forte com os rios. A partir do momento que os rios diminuíram volume ou se tornaram águas poluídas, as pessoas acabaram virando as costas para o rio por não fornecer mais aqueles elementos saudáveis dos quais pessoas podem se utilizar para seu bem estar”, comenta.


Recuperar registros e reaproximar a sociedade de um elemento da sua identidade foi a proposta de uma campanha feita recentemente pelo Comitê da Bacia do Rio Urussanga. Denominada “Um Século de Memórias: Rio Urussanga da Nascente à Foz”, a iniciativa recebeu fotografias, selecionou vencedores e agora foi transformada em uma exposição virtual para marcar o mês dedicado ao Meio Ambiente.  


No site do Comitê da Bacia do Rio Urussanga, na aba ‘Exposição’ (https://cbrurussanga.wixsite.com/comite/expo), visitantes podem acessar essa reinvenção cultural, de formato virtual, com mais de 30 registros. Com intervenções textuais do pesquisador e escritor Sérgio Maestrelli, a iniciativa traz reflexões e é dividida em oito fases que mostram as mudanças do rio Urussanga, sua importância, seus usos da água no passado, suas paisagens atuais, entre outros pontos de vista.



“A identidade cultural foi comprometida. No passado as pessoas tinham ligação mais assídua, mais direta com os rios, pois ele fazia parte dos recursos vitais e foram deixando de fazer parte por terem sido poluídos e não termos respeitado e entendido a sua importância. Observe o quanto os rios foram importantes no desenvolvimento e o quanto perdemos. Muda-se a identidade e a cultura o modo de vida de uma comunidade quando ela trata o rio de outra forma. Se tivéssemos preservado os nossos rios, se infelizmente a situação do carvão não tivesse poluído eles, procure imaginar que valor que teríamos hoje como atrativo turístico, cultural, até de lazer aos próprios munícipes”, finaliza.



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